sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

ad aeternum


juraste que seria ad aeternum
falhaste
podia ter sido diferente
mas não foi
retoquei-te tantas vezes
na memória do tempo
que me suspendi sem sentido
é tempo de retomar a vida
cortar todas as amarras
retomar o destino
sentir de novo a minha pele
ad aeternum...

hoje sou a voz

fui alguém que queria mudar o mundo
fui o achava que o outros não eram
fui criança
fui mãe
transportei em mim
os seres que amo
fui sincera
fui o medo de viver
fui o lar que construi
fui a nostalgia
fui a dor
fui silêncios
fui a esperança destruida
hoje sou a voz

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

quem me leva os meus fantasmas

até um dia...

ela lembrava-se de tudo, mesmo do que procurou esquecer, a memória vinha-lhe em socalcos, o amontoado de papéis que coleccionou avidamente, foram amarelecendo ,evitava lê-los para conseguir esquecer o inesquecivel, apeteceu-lhe destrui-los tantas vezes...mas preservou-os, para memória futura, seriam a única prova que lhe restava.
ele optara por esquecer, era mais prático, detalhes para quê, só há uma versão, a sua, como sempre...rescreveu a história a seu belo prazer.
o tempo bestializou-o, endurecendo-lhe as feições, para ela o tempo foi mais benevolente talvez para compensar o não lhe permitir esquecer...todos os detalhes
ele seguiu a vida e acha que teve sorte...
ela tentou seguir a vida escolhendo, sem querer, os piores caminhos, ao procurar fugir dele.
ele regozijava-se com os erros dela e gostava de carregar nas suas feridas de forma a que ela não as cicatrizasse
ela tentava ignorá-lo e prosseguir mas em vão...
ele gostava de manter o poder nas suas mãos, manipulando-lhe a razão
por vezes ela sentia que ele queria enlouquecê-la... resistiu até um dia...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

sinto na PELE


redescobrimo-nos por acaso...
embora percorrendo tempos iguais
dentro de vidas diferentes
partilhámos um breve mas intenso
passado comum
lembramos velhos tempos
inocentes, puros como nós
em que o drama acontecia
a cada esquina
em que pensavamos
que o amor era tão eterno
como a amizade
como estávamos errados...
não perdemos contudo
a capacidade de rir do que fomos
confessas-me hoje o que então não vi
garantes que mo disseste outrora
avivas-me a memória
do que sem querer esqueci
questiono-te se te terei magoado
sem querer...
dizes que não.
acredito em ti!
talvez me consigas fazer rir
do que hoje sou...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

começo a acreditar...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

ao anoitecer

ao anoitecer
sinto o peso do mundo
o som dissipa-se
das veias
que teimo em secar
apago os derrames
sem saida
todas as bifurcações
onde me perco
ao anoitecer
gostava de ter uma estrela
só minha
para olhar

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

ser mãe em dia de S.Valentim


hoje estou mesmo bem, adoro ser mãe, aqui não falhei de todo...
foi um belo dia de S.Valentim
obrigado filhas

(Bem) na minha mão

Abro os olhos e adormeço
Sem a mente fraquejar
Saio pela manhã
De passagem, coisa vã
Derrapagem
Que a viagem tem princípio, meio e fim

Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo

Não me venham buzinar
Vou tão bem na minha mão
Então vou para lá
Ver o que dá
Pé atrás na engrenagem
Altruísta até mais não

Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo

Presa por um fio
Na vertigem do vazio
Que escorrega entre os dedos
Preso em duas mãos
Que o futuro é mais
O presente coerente na razão
Frases feitas são reféns da pulsação

Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo

Susana Felix


adoro esta letra e música!!!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Pele - Polo Norte

Fechaste as portas do teu mundo
Na esperança dele se encontrar
Vais contando o tempo quase ao segundo
Parece não querer passar
Fazes de conta que está tudo bem
E andas às voltas quando estás a sós
Gritos mudos que só tu entendes
No profundo silêncio
Que é a tua voz

Não precisas de te esconder
Ninguém te vai encontrar
O que está escrito na tua pele
Só tu para o decifrar

O quadro teu
Que traço a pincel
A história
Da tua vida
Escrita, sentida, tatuada na pele
Quem lá escreveu
Com a tua permissão
Nem sequer,
Nem sequer percebeu
E perdeu
Passou-lhe a pele por entre as mãos

O quadro teu
Que traço a pincel
A história
Da tua vida
Escrita, sentida, tatuada na pele
Quem lá
Quem lá escreveu
Com a tua permissão
Nem sequer, nem sequer percebeu
E perdeu
Passou-lhe a pele
Passou-lhe a pele por entre as mãos


brilhante a letra e música dos Polo Norte

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008


és o monstro que desconheço
tento imaginar quando isso aconteceu
e não encontro data precisa
algures no tempo transformaste-te
nesta coisa que és agora
quando te olho e vejo como és
não gosto dos laços que nos ligaram
apesar da tua monstruosidade
paralizo em vez de prosseguir
como devia...
és tortuoso
agrides e recuas
às vezes humanizas-te
e desconcertas-me
alimentando-me esperanças
absurdas de algo que nem sequer quero
continua a torturar-me
mas não te tornes humano
por favor
porque me desumanizas
continua o teu trabalho
flagela-me a alma
o corpo
massacra-me a pele
despoja-me da vida lentamente
e fica feliz
se só assim te sentes Homem
hoje apetece-me desaparecer de uma vez por todas
daqui
do mundo
de ti
falta-me só a coragem de deixá-las

Convenção dos feridos por amor


E os que jamais foram feridos por amor, não poderão nunca dizer: “vivi”.Porque não viveram.


Copyright @ 2007 by Paulo Coelho - O Guerreiro da Luz Online

domingo, 10 de fevereiro de 2008

esquece-te de mim!

esquece-te de mim!
que existo,
incomodas-me demais
o teu voyeurismo assusta-me
a maldade contida em ti, a distorção de tudo o que digo e faço, o prazer com que me destróis aos poucos é devastador.
esquece-te de mim!
deixa-me de vez, deixa-me fechar-te a porta com força.
vive e deixa-me viver.
não te devo satisfações dos meus actos, não te admito sequer que me julgues.
destroi-me aos poucos se isso te dá prazer, usa o teu olhar de ódio que trespassa, pouco me importa que o faças, há muito que estou de rastos, permanecerei aí até ao dia em que me consiga libertar de vez.
nesse dia acautela-te pois poderei ser mais devastadora do que tu.
o ódio que transpiras é próximo do amor que me recusaste.
odeia-me enquanto te amo, quando descobrires que me amas odiar-te-ei eu.
por isso humilha-me mais, consporca todos os meus actos, vangloria-te ufano que és melhor do que eu, incha até rebentares de satisfação.
eu estarei lá na primeira fila e limparei de vez os restos que deixares na minha pele.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

estamos perto da distância em que nos cruzámos
mas permanecemos longe
da proximidade que buscamos
um dia a distância encurta-se
mas a proximidade permanecerá
longe, inalcansável
um dia desistiremos
de nos procurarmos em vão
as distâncias existem
para serem percorridas
no mesmo sentido
vou virando o mundo
consoante os humores
que me assolam
mas continuaremos a percorrer
estações diferentes
ainda que no mesmo espaço
diminuto como nós

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008


vejo os teus olhos

sinto-os cá dentro

sinto a tua pele tensa

sinto o teu desespero

era mais seguro

não te sentir

porém sinto

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

o meu farol

modéstia à parte parece-me que está boazinha a foto , o N95 8GB até me faz parecer uma verdadeira fotógrafa... pronto está bem ... uma aspirante a fotógrafa...mas quando souber mexer melhor no "bicho" me aguardem!!!! quem sabe se este não será o meu novo hobbie?

vivo em constante carnaval


vou vivendo disfarçada
do mesmo modo
que todos vós
disfarço os momentos tristes
em alegres
os momentos falsos em sinceros
posso até arriscar um pouco
no jogo e ludibriar-te
fingir até que me importo
que me interessas
que tenho sentimentos
posso inclusivé mentir-te
com todas as minhas forças
mas podes querer
que não me entrego
totalmente
não por pudor
mas por medo
de me magoar ainda mais
sou mestre do disfarce
vivo em constante carnaval

sábado, 2 de fevereiro de 2008

permaneço


permaneço
onde me abandonaste
imóvel, estática
permaneço
onde te expulsei
inflexivel, fria
permaneço
aqui
aparentemente intacta
mas destruida por dentro
congelada
presa por amarras
invisiveis,inexistentes
custa-me libertar-me de ti
quando o fizer fica o vazio
conheço-me e desconheço-me
e tenho medo
das cores irreais
com que teimo em colorir-te
no fim nunca exististe
nunca foste real
como sempre quis
evitaste ser palpável
protegeste-te e
ao fazê-lo deixaste-me
desprotegida
aqui
onde permaneço
sem querer
amarrada a ti