segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

até um dia...

ela lembrava-se de tudo, mesmo do que procurou esquecer, a memória vinha-lhe em socalcos, o amontoado de papéis que coleccionou avidamente, foram amarelecendo ,evitava lê-los para conseguir esquecer o inesquecivel, apeteceu-lhe destrui-los tantas vezes...mas preservou-os, para memória futura, seriam a única prova que lhe restava.
ele optara por esquecer, era mais prático, detalhes para quê, só há uma versão, a sua, como sempre...rescreveu a história a seu belo prazer.
o tempo bestializou-o, endurecendo-lhe as feições, para ela o tempo foi mais benevolente talvez para compensar o não lhe permitir esquecer...todos os detalhes
ele seguiu a vida e acha que teve sorte...
ela tentou seguir a vida escolhendo, sem querer, os piores caminhos, ao procurar fugir dele.
ele regozijava-se com os erros dela e gostava de carregar nas suas feridas de forma a que ela não as cicatrizasse
ela tentava ignorá-lo e prosseguir mas em vão...
ele gostava de manter o poder nas suas mãos, manipulando-lhe a razão
por vezes ela sentia que ele queria enlouquecê-la... resistiu até um dia...

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