segunda-feira, 28 de julho de 2008

tantos nós

tantos nós se fazem
ao longo de uma vida
tantos se desfazem
sem sentido
tantos se fazem
sem se querer
tantos outros
ficam por fazer
tantas pontas soltas
no meio
de tantas cordas
por vezes sufocantes
tantos de nós
temos nós
e amarras que
nos unem
em laçadas
habéis

sábado, 26 de julho de 2008

devia-te ter dado uma flor

devia-te ter dado uma flor
naquele dia
em que irrompeste
vindo do nada
devia ter sentido
no imprevisto da tua voz
a comoção de tudo
o que tu eras
nos teus detalhes
que descubro
sinto-me em bonança

aproximações rosas




queda


curiosidade

esconderijos de Lisboa

há um pôr do sol

no fim de cada vida

sexta-feira, 25 de julho de 2008

hoje é um dia triste

uma verdadeira Senhora no palco e na vida,
que tive o privilégio de conhecer.
mais uma partida...
ou quiçá uma chegada...

um olhar pela manhã


quinta-feira, 24 de julho de 2008

jogo de sombras e formas


cores novas

escorre-me o bater do coração
em tantas letras
que não conseguem formar palavras
legíveis
tropeço em mim
quando descubro
cores novas

gosto de te ver


gosto dos teus contrastes
dos teus reflexos
nas águas calmas
das tuas cores difusas
gosto das tuas noites
e dias
em que te admiro
em segredo

segunda-feira, 21 de julho de 2008

pela primeira vez

sou o centro
dos teus sonhos
a luz ténue
das tuas noites
em claro
a tua jóia colorida
que só encontra brilho
no teu olhar
não estou distraída
nem dispersa
no tempo
que foge
tão rápido
como se fosse ontem
que fiz as pazes
comigo
e com o mundo
olhas o mar
e vês-me
no meio das vagas
que terminam sempre
na praia
onde as nossas mãos
se beijaram
pela primeira vez

sábado, 12 de julho de 2008

entre cores

entre cores
estridentes
permanece a nossa força
fraca de lutar
na qual nos suspendemos
tantas vezes
frente a frente
em admirações mútuas

quinta-feira, 10 de julho de 2008

há bancos que não têm jardins





não sabia ser guerreira

não sabia ser guerreira
não tinha estandartes
só um corpo
e uma pele
nem sabia que lutava
julgava ser pacifista
descobriu-se guerreira
em lutas
quiçá quixotescas
baixou tantas vezes as defesas
desse forte
demasiadamente invadido
por piratas saqueadores
que descobriu com espanto
que afinal é guerreira
talvez mesmo
guerrilheira
da sua causa

quarta-feira, 9 de julho de 2008

nem toda a terra é árida por aqui

trocas palavras por gestos
em iras descontroladas
enquanto negoceias vidas
em mesas de café
sem escrúpulos
odeio
a forma como falas
o medo
que provoca o teu desprezo
por gente
como tu
nada vales
quando sugas
os incautos
quando preenches impressos
resumindo vidas ilegais
dos que procuram
sol
em terra
supostamente acolhedora
queria dizer-te que
não temas
nem toda a terra é árida por aqui

segunda-feira, 7 de julho de 2008

hoje conseguimos rir do que ontem nos fez chorar

entre o vento que sopra
forte
e a terra que pisamos
firme
permanecemos
pensativos
procurando respostas
impossíveis
ofuscados por visões
do pôr do sol
permanecemos em silêncio
contemplativo
das pequenas coisas
de que somos feitos
respiramos a custo
o vento
que fustiga
mas mantemos a firmeza
perante a constante mudança
vamos crescendo juntos
confrontando perigos
obstáculos ridículos
como algumas marcas
que ostentamos
mas hoje conseguimos rir
do que ontem nos fez chorar

sábado, 5 de julho de 2008

hoje sou o teu poema

hoje sou o teu poema
por escrever
todas as tuas palavras
não ditas
hoje sou o teu esquiço
de amor
sou o efémero
tornado eterno
hoje sou a vida
por percorrer
sou a sombra
do deserto
a galáxia mais distante
que guardas
na palma da tua mão
hoje reflectes-me
no teu sorriso
no teu olhar
na tua voz
hoje sou o banco de jardim
em que um dia
nos sentaremos
em recordações
hoje entrelaçaremos as mãos
tocando a pele
que nos deixaram
hoje somos os dias
de surpresa
em que tudo faz sentido
amanhã
reinventar-me-ei de novo