sábado, 2 de fevereiro de 2008

permaneço


permaneço
onde me abandonaste
imóvel, estática
permaneço
onde te expulsei
inflexivel, fria
permaneço
aqui
aparentemente intacta
mas destruida por dentro
congelada
presa por amarras
invisiveis,inexistentes
custa-me libertar-me de ti
quando o fizer fica o vazio
conheço-me e desconheço-me
e tenho medo
das cores irreais
com que teimo em colorir-te
no fim nunca exististe
nunca foste real
como sempre quis
evitaste ser palpável
protegeste-te e
ao fazê-lo deixaste-me
desprotegida
aqui
onde permaneço
sem querer
amarrada a ti

Sem comentários: