terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Arthur Elsley (1860/1952)



Descobri que tenho o privilégio de ter uma cópia, serigrafia ou algo semelhante deste autor, se é valioso ou não no mercado, não me interessa, para mim é um dos bens mais valiosos que tenho o prazer de possuir, por muitos factores, pela ligação inquebrável, com a pessoa a quem pertenceu anteriormente, pelas memórias de infância que me traz, pela história que retrata ou que imagino subjacente.
É a preto e branco, com sombras geridas com mestria, retratando uma mãe e duas crianças, acessoriamente um gatinho bebé brinca com uma pantufa, o contexto presume-se uma sala com lareira cujo fogo se adivinha única fonte de iluminação da cena.
Ao fundo um cavalinho de baloiço em madeira, aguarda serenamente.
Sempre me fascinou, sempre admirei a ternura deste quadro, a maternidade serena estampada na cara da figura feminina, a alegria inerente das crianças, a ternura do gato bebé, o calor imanente da lareira e do afecto patente nas figuras, uma família imensamente feliz.
Recordo ser miúda, bem miúda e convencer-me que se tratava de um retrato de familiares meus e ficar fascinada com as meninas de quem sabia o nome, a mamã, o gatinho e o cavalinho de baloiço.
Não me canso de olhar e me rever naquela figura, actualmente falta-me uma figura de criança para o quadro estar completo e puder imaginar que sou eu aquela figura materna, transbordando generosidade, serenidade e amor.
Mesmo assim está bem, perfeito, pelo menos para mim e isso basta-me.

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