segunda-feira, 16 de março de 2009

era um fim de tarde

Era um fim de tarde (ou antes um fim de dia). Estávamos debaixo da terra (bem não propriamente mas quase). Todos dentro de um metro (não um metro de medir, mas um metro andante de metal) atafulhado de gente (ou melhor de pessoas).
Subitamente as portas abrem-se (não foi propriamente de repente, o metro abrandou primeiro) entra um homem carregado de notas (não de notas musicais, mas sim de notas a sério, dinheiro mesmo e é certo que não estava carregado, as notas não pesam assim tanto, era uma mão cheia, quando muito, o que já não era pouco) e começa a oferecê-las em voz alta (não era ele que era alto, mas sim a voz, há que precisar, precisar de precisão e não de ser preciso/necessário). Adiante...
Entreolhámo-nos, sem um pio (não que algo piasse porque é óbvio que no metro não há pássaros) ou seja, ninguém se manifestou (de manifestação). O homem, cada vez mais irritado (de irritação mesmo) começa a insultar-nos de pobretanas (não de "pobre o tanas", mas sim de pobrezinhos que não têm onde cair mortos, esta ultima parte não é a sério é só uma força de expressão).Adiante, mais uma vez...
Como ninguém aceitou a oferta, ele vai e espeta com uma nota no chão (não é espeta de espetar porque as notas são moles e não se espetam, é espeta de atirar) e saiu de cena (que é como quem diz saiu do metro, na estação claro, que ele podia ser doido mas não era parvo).
Dentro da carruagem (não carruagem daquelas puxadas a cavalos, mas sim carruagem de ferro movida a electricidade), as pessoas não tiram os olhos da nota (tirar os olhos não é bem, é mais um olhar fixamente) mas todos disfarçam o desejo, como manda a boa educação (isto pensei eu, mas adiante...) de súbito (ou melhor, de imediato) uma jovem adolescente (daquelas quase, quase adultas) levanta-se e apanha a nota (não é apanhar de levar tareia, isso não faria sentido, é apanhar de agarrar) e todos nós esboçamos um sorriso concordante (do verbo concordar).
Paragem seguinte e agora entra um pedinte (daqueles que pedem mesmo a sério, não que alguns peçam a fingir, mas percebem o que quero dizer. Dizer não. Escrever).
E, instintivamente, todos desatámos a rir (de riso mesmo) enquanto que a adolescente esboçava um gesto de pena (não de pena de ave, mas sim de compaixão. Não é "com paixão" mas é parecido, agora não me apetece explicar mais)
Subitamente todos nós (não nós de noz, antes a gente. Não agente da policia, vocês percebem, não percebem?) adivinhámos o que ela pensava e instintivamente abanámos a cabeça (não é bem abanar é mais movimentar de um lado para o outro). Perante tal manifestação (não era um comício), ela resolve conter o gesto e lá se foi embora o pedinte todo irritado. (cheio de irritação mesmo) por ter falhado o objectivo (isto se é que pedir é um objectivo. Eu acho que sim, sinceramente com toda a sinceridade).
E pronto cheguei ao fim, mesmo no final da história (Finalmente!)

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