sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

os maiores

Ainda o sol preguiçoso não acordou e já os cães estão inquietamente excitados, o ladrido ao desafio, o pelame a eriçar. Marcamos posições valentemente mascarados para a guerra desigual, as armas ao ombro semi-abertas, à cintura o largo cinto com gancho. Dispersamos em pares agarrando os cães enquanto batemos no solo com as botarras enlameadas. O sol outrora tímido, sonolento, explode com o restolhar das ervas. Os cães imitando cata-ventos espetam orelhas e cauda, qual seta por disparar, apontando direcções correctas. Um movimento reluzente e um pum, pum, pum, seguido de silêncio. Os cães soltam-se e de nariz desenfreado farejam as ervas altas. Trazem pendurada uma frágil lebre, moribunda. Ficamos ufanos, somos os maiores (cobardes, acrescentaria eu!)

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