terça-feira, 27 de janeiro de 2009

o quarto mudou de cor...

O quarto mudou de cor, de tamanho, de tudo. Azul, agora é azul. A cama cresceu tanto, arrefecida pela tua ausência, como a detesto! Arrastei aquele biombo de patos tolos e virei-lhe as costas. Os dois candeeiros tortos ainda desafiam a gravidade. No psiché jazem colares e vejo-me envelhecer todos os dias. A gata teima em subir para a televisão para ver o jardim por entre os cortinados. Já não a afasto. Ocupei o roupeiro todinho para que não reste qualquer espaço ou recordação de ti. Já nada sobra, já nem tenho espaço para mim. Os sapatos multiplicam-se como coelhos numa cartola. Um dia encerro este quarto de vez. Juro!

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