quarta-feira, 25 de março de 2009

Nascera assim.Velho.

Nascera assim. Velho. Hoje os 40 e pocos anos cheiram a muitos mais. A obesidade latente instalou-se ao lado da intolerância e iminente complexo de superioridade. Não fala. Dá aulas, palestras a quem o interpela. Inatacável a palavra mais usada. Acena com a paixão por livros que devora como bicho de papel no seu cubiculo cinzento atolhado de coisas improváveis. Insuportável, dizem uns, uma besta, comentam outros. Não os ouve. Os canais auditivos estão bloqueados para fora. Arrota de satisfação. Ri-se dos impropérios que lhe saem da boca. Observa com avidez as gajas boas. O cabelo colado à testa pelo suor que cai em bica na camisola interior de alças que usa 365 dias no ano. A roupa coçada condiz com a falta de limpeza. Os punhos não abotoam a gordura. O andar abanado, soltando frases soltas. E o estatuto que se arroga e não merece. Segue todos os dias o mesmo caminho abanando a mala que transporta. Um solitário que não percebe que o é.

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