sábado, 17 de maio de 2008

é tempo de fazer mudanças


sento-me na sala
deserta
liberto os sapatos
enrosco-me no sofá
olho em torno
os objectos
que permanecem
estáticos
há tanto tempo
mantive as cortinas
na mesma posição
presas por cordas
que me afogam
como estas quatro paredes
a lareira apagou-se
há muito tempo
as janelas têm as grades
que me prendem
na luz intermitente
do exterior
as paredes amarelecem
com o fumo do tabaco
avisto uma teia de aranha
solitária
escapou à ira das limpezas
é tempo de fazer mudanças

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