domingo, 4 de novembro de 2007

um par de botas



Não existo
Pisam-me
Impassíveis
Com as botarras
Sujas de merda
Malditos!
Grito em silêncio
Esboço invisíveis
Esgares de dor
E lá continuam elas
Implacáveis,
Impassíveis…
Avançando
Espezinhando-me
Com prazer
Sinto-o bem
Malditas!
Afastam-se por fim
Sinto alívio
Até á próxima…

De novo
As pressinto
Oiço-lhes os sons
Compassados
Ritmados
Irados
Antevejo-as…
Aproximam-se
Majestosas
Julgam elas…
Desta vez resisto
Luto
Ergo-me
Agiganto-me
E vejo-as borrarem-se
De medo

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